Se estivesse vivo, Renato Russo, considerado por muitos o maior poeta do rock brasileiro, completaria 65 anos. Sua morte precoce em 1996, aos 36 anos, interrompeu um legado artístico que poderia ter sido ainda maior, se não fosse mais uma vítima da AIDS na época.
Em entrevista à Agência Brasil, pessoas próximas a Renato refletiram sobre como ele estaria aos 65 anos. Sua irmã, Carmen Teresa, por exemplo, acredita que ele teria deixado a música há muito tempo, provavelmente buscando outras atividades, pois já se sentia cansado do sistema mercadológico e da pressão dos palcos.
Marcelo Beré, amigo de longa data, imagina que Renato teria ampliado seus horizontes para áreas como literatura e cinema. Segundo Beré, Renato escrevia compulsivamente e tinha a intenção de escrever um livro. “Ele certamente estaria envolvido com a escrita e até com o cinema”, diz.
Eduardo Paraná, primeiro guitarrista da Legião Urbana, também acredita que Renato se interessaria por essas áreas, além de se manter recluso, refletindo sobre o mundo em suas obras.
Renato, que sempre teve uma relação próxima com o cinema, provavelmente se tornaria um cineasta ou roteirista, acredita Kadu Lambach, parceiro musical de Russo. “Ele teria se tornado um roteirista maravilhoso”, diz.
Quanto à sua posição política, Marcelo Beré tem certeza de que Renato seria firmemente antifascista, lutando contra qualquer forma de autoritarismo. “Ele jamais apoiaria anistia para golpistas”, afirma Beré, lembrando episódios de conflitos de Renato com grupos fascistas na juventude.
