Diegues: “Criamos a imagem do cinema brasileiro”

Cineasta alagoano foi entrevistado no programa Trilha de Letras
Cacá Diegues faleceu aos 84 anos devido a complicações após uma cirurgia / Foto: Instagram

“Nós praticamente criamos um cinema para o Brasil”, disse o cineasta alagoano Cacá Diegues, que faleceu nesta sexta-feira, 14. Ele resumiu a importância dos diretores, roteiristas e produtores que, nos anos 1960, fundaram o movimento conhecido como Cinema Novo no Brasil.

“Criamos uma imagem do Brasil para o cinema, sem ter uma tradição cinematográfica a qual recorrer”, comentou Diegues em uma entrevista de 2018 ao programa Trilha de Letras, da TV Brasil.

Um dos últimos sobreviventes do grupo que reuniu figuras como Nelson Pereira dos Santos, Joaquim Pedro de Andrade, Paulo César Saraceni, Domingos de Oliveira, Glauber Rocha, entre outros, Diegues apostou em filmes autorais, de baixo custo, que provocassem a reflexão sobre os graves problemas sociais do Brasil.

“Um filme não muda nada. Ele não é uma arma para mudar o mundo, mas sim uma maneira de pensar o mundo de outro modo, de provocar reflexões mais originais”, afirmou ele.

Embora não fosse otimista, Diegues acreditava que o sucesso era fruto de dedicação e trabalho árduo. “Tenho sempre a esperança de que as coisas deem certo e a convicção de que, para isso, é preciso correr atrás e fazer acontecer”.

Entre suas obras mais conhecidas estão Ganga Zumba (1964), A Grande Cidade (1966), Os Herdeiros (1969), Xica da Silva (1976), Bye Bye, Brasil (1980), Tieta do Agreste (1996), Orfeu (1999) e Deus é Brasileiro (2002). Seu último filme como diretor foi O Grande Circo Místico (2018).

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