Iracema – Uma Transa Amazônica volta às telas como denúncia da destruição ambiental

O filme tem direção de Jorge Bodanzky e Orlando Senna
Obra de 1974 segue atual ao falar sobre a destruição da Amazônia / Foto: Divulgação

Lançado em 1974 e censurado pela ditadura militar, Iracema – Uma Transa Amazônica volta aos cinemas brasileiros em versão restaurada em 4K a partir de 24 de julho.

Dirigido por Jorge Bodanzky e Orlando Senna, o filme cruza documentário e ficção para acompanhar uma jovem indígena e Tião Brasil Grande, um caminhoneiro encantado pelo progresso prometido pela Transamazônica.

Ao longo da história, vemos o lado oculto desse “milagre econômico”: queimadas, desmatamento, exploração sexual, grilagem e um cotidiano de violações normalizadas em nome do desenvolvimento.

As imagens captadas em 16mm, com câmera na mão e som direto, registram situações reais e improvisadas que expõem a floresta sendo desfigurada diante dos nossos olhos.

A restauração foi coordenada por Alice de Andrade, com apoio de instituições brasileiras e alemãs. A nova cópia digital resgata não apenas o impacto estético do filme, mas seu valor histórico como documento audiovisual da devastação da floresta, num tempo em que mal se falava em direitos ambientais ou proteção a comunidades tradicionais.

“O filme mostra um Brasil real, que já estava lá, só que ninguém queria ver. Agora as pessoas veem, mas ainda fingem que não existe”, resume o diretor Jorge Bodanzky.

O filme já foi premiado no Festival de Brasília, exibido na semana de realizadores em Cannes e recentemente foi exibido no Festival de Berlim e no Festival do Rio em comemoração aos 50 anos de sua realização.

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