
A diretora de festivais e produtora de cinema Zita Carvalhosa faleceu nesta terça-feira, 22, aos 65 anos, vítima de câncer. Ícone do audiovisual brasileiro, ela foi fundadora da Associação Kinoforum e uma das maiores incentivadoras da produção de curtas-metragens no país.
Desde as primeiras horas do dia, amigos, colegas e instituições prestaram homenagens nas redes sociais. Amir Labaki, diretor do festival É Tudo Verdade, escreveu: “Zita Carvalhosa portava sempre algo de primaveril, para a vida dos próximos e para o cinema brasileiro. Catalisar jovens talentos foi seu maior e raro dom”.
O Ministério da Cultura também lamentou sua partida: “Zita foi uma das mais importantes vozes na valorização dos curtas-metragens no Brasil”. A Spcine, empresa pública do setor audiovisual paulista, destacou sua importância: “Zita foi uma das vozes essenciais para a criação da Spcine e integrava o nosso comitê consultivo, contribuindo com sua visão generosa, crítica e comprometida com a diversidade e o fortalecimento do setor”.

Descrita por amigos como uma profissional incansável, pioneira e inspiradora, Zita fundou a Kinoforum em 1990, consolidando o Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo como a maior vitrine do formato no país. Segundo o cineasta Francisco César Filho, amigo próximo, Zita comemorava recentemente a marca de mais de 3 mil títulos inscritos para a 36ª edição do festival, prevista para agosto.
Além de sua atuação na produção cinematográfica, Zita foi curadora do Museu da Imagem e do Som (MIS) em São Paulo por sete anos, deixando sua marca em um dos espaços culturais mais respeitados do país.
Nascida na capital paulista em 1961, Zita se formou em cinema pela Universidade Paris III, na França. Em 1983, criou a produtora Superfilmes, voltada a projetos independentes e ao incentivo de novos talentos, especialmente mulheres diretoras. Entre os projetos de destaque, está Carvão, de Carolina Markowicz.
A cineasta publicou uma homenagem emocionada em sua rede social: “Até hoje ouço internamente seus ensinamentos no meio das loucuras da vida do cinema. Obrigada por ter me dado a honra de produzir meu primeiro longa. O cinema e todos nós sentiremos sua falta, querida Zita”.