Morre o poeta Affonso Romano de Sant’Anna

Velório ocorreu ontem, quarta-feira, 5, na Capela do Cemitério da Penitência no Rio
O escritor e poeta Affonso Romano de Sant’Anna faleceu na terça-feira, 4 / Foto: Agência Brasil

O escritor e poeta Affonso Romano de Sant’Anna faleceu na terça-feira, 4, aos 87 anos, em sua residência, na zona sul do Rio de Janeiro, vítima de Alzheimer.

Natural de Belo Horizonte, nascido em 27 de março de 1937, publicou mais de 60 livros, abrangendo gêneros como poesia e crônica. Também foi colunista do Jornal do Brasil e do Globo. Foi casado com a escritora Marina Colasanti, com quem teve uma vida compartilhada até janeiro deste ano, quando ficou viúvo.

O acadêmico e ex-presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Marco Lucchesi, se manifestou nas redes sociais sobre a perda do amigo: “Recebo com emoção a notícia da morte de Affonso Romano de Sant’Anna, ensaísta, ex-presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), responsável pela implementação de um sistema público de leitura, grande poeta civil. Fui beneficiado por gestos inesquecíveis de amizade. Affonso foi um dos maiores leitores das contradições e das belezas do nosso Brasil”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também lamentou o falecimento do escritor em nota oficial, destacando suas realizações: “Com mais de 60 obras, Affonso contribuiu profundamente para a promoção da cultura brasileira. Foi diretor do Departamento de Letras da PUC-Rio, crítico literário, cronista e, como gestor público, presidiu a Fundação Biblioteca Nacional entre 1990 e 1996, implementando políticas públicas que ainda estão em vigor, como a criação do Sistema Nacional de Bibliotecas e o Programa Nacional de Incentivo à Leitura. Meus sentimentos aos familiares, amigos e admiradores de Affonso Romano de Sant’Anna”, escreveu o presidente.

Biografia

Nas décadas de 1950 e 1960, Affonso participou de movimentos de vanguarda poética. Em 1961, graduou-se em Letras Neolatinas pela então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da UMG, hoje Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Em 1965, lecionou na Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA), e em 1968 participou do Programa Internacional de Escritores da Universidade de Iowa, que reuniu 40 escritores de todo o mundo.

Em 1969, obteve o doutorado pela UFMG e, no ano seguinte, fundou um curso de pós-graduação em literatura brasileira na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), onde também foi Diretor do Departamento de Letras e Artes de 1973 a 1976. Nesse período, organizou a “Expoesia”, uma série de encontros nacionais de literatura.

Affonso também ministrou cursos na Alemanha (Universidade de Colônia), Estados Unidos (Universidade do Texas e UCLA), Dinamarca (Universidade de Aarhus), Portugal (Universidade Nova) e França (Universidade de Aix-en-Provence). Sua tese de doutorado foi dedicada à análise da poética de Carlos Drummond de Andrade, intitulada Drummond, um gauche no tempo, na qual explorou o conceito de “gauche” ao longo da obra do autor.

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