Boas novas (e algumas apenas “novas”) para o mundo da música, senhoras e senhores! A cerimônia da mais importante premiação musical, que ocorreu na noite do último domingo, 2, deu o que falar. Confira abaixo, os principais acontecimentos do 67º Grammy:
Tudo o que o Grammy podia ser (ou nada)
Para começar, a bola fora épica da vez foi: ninguém mais, ninguém menos que Milton Nascimento impedido de sentar no Salão Principal da premiação, mesmo sendo indicado a Melhor Álbum de Jazz Vocal do ano, em parceria com a baixista americana Esperanza Spalding.
O Brasil aceitar que perdeu para uma talentosa cantora como Samara Joy não é impossível, agora ter o direito impedido de sentar nos assentos devidos, não sairia barato. Esperanza se indignou e levou consigo uma foto protesto com a frase “esta lenda viva deveria estar sentada aqui”.
Em publicação no seu perfil do Instagram, a artista mencionou que não havia remorsos em perder o prêmio, e sim, em não ter o parceiro igualmente indicado ao seu lado na cerimônia. “Então, foi recusado a Milton um lugar nas mesas para a cerimônia deste ano. Isso não me agradou. Não estou falando de uma vitória no Grammy. Estamos comemorando a gloriosa vitória de Samara Joy, estou falando de uma cadeira física, aqui nesta mesa em que estou sentada”, explicou.
Em seu perfil, Bituca (como é carinhosamente conhecido entre os fãs) não pareceu lamentar sobre o ocorrido e postou fotos juntamente de Esperanza e Hamilton de Holanda (indicado a Melhor Álbum de Jazz Latino, por “Collab”) na entrada do evento.
Nos comentários, os fãs demonstraram sua indignação alegando que, não apenas foi desrespeitoso pelo fato em si (já que o álbum é um duo), mas por tratar-se de um homem como Milton, de 82 anos e com uma carreira de renome, referência para tantos artistas.
Doechii: Guardem este nome
Mesmo com a gafe cometida pela Academia, o evento foi um sucesso em vários outros aspectos. Doechii, rapper que bombou recentemente com a honrosa “Denial is a River” e com o vídeoclipe (absolute cinema) da música com 15 milhões de visualizações no Youtube em apenas um mês, ganhou o merecido prêmio de Melhor Álbum Rap do Ano por “Alligator Bites Never Heal” e entregou uma performance ÉPICA de um medley com a música citada e “Catfish”.
Em seu discurso, a futura lenda do rap disse ter consciência de que muitas outras mulheres negras deveriam estar assistindo à sua vitória naquele momento, e deixou um aviso: “Eu quero dizer a você que você pode fazer isso. Qualquer coisa é possível. Não deixe que ninguém projete algum estereótipo em você, que você não pode estar aqui, que você é muito escura ou que você não é inteligente o suficiente, ou que você é muito dramática ou muito barulhenta. Você é exatamente quem você precisa ser para estar onde você está, e eu sou testemunha. Louvado seja Deus”.
A artista já é um sucesso garantido. Demitida no ano de 2020 do local onde trabalhava, decidiu virar sua carreira de ponta cabeça, aos 22 anos, para dedicar-se ao rap. Em 2024, o mestre Kendrick Lamar (também vencedor da premiação deste ano em duas das principais categorias de Gravação e Canção do Ano com a música “Not Like Us”) assumiu que Doechii era a melhor da indústria do rap e, depois de sua participação na série Tiny Desk do canal NPR Music e de sua aparição no Grammy, ficamos com a certeza de que ele sabia o que estava falando. Se eu fosse você ficaria de ouvidos atentos, vem coisa muito melhor por aí!
Uma picape para o talento de Sabrina e os prêmios de Kendrick
Quem também deixou queixos caídos por lá foi Sabrina Carpenter que, após vencer seu primeiro Grammy na categoria de Melhor Performance Pop Solo por “Espresso”, fez uma performance épica ao seu jeitinho tragicômico-sexy-fofo da música vencedora e de “Please Please Please”. A loirinha que mais tocou nas rádios do mundo todo, em 2024, também ganhou outro prêmio na categoria Melhor Álbum Pop Vocal por “Short n’ Sweet”.
Totalmente premiado, Kendrick Lamar, como já citado, venceu duas das principais categorias e, ainda ao prêmio de Melhor Rap, Melhor Clipe e Melhor Performance de Rap pela música “Not Like Us” (vencendo todas as indicações). Esta se trata de uma música-denúncia para Drake. Na Canção, Kendrick o acusa de ser um “pedófilo certificado” e de várias outras atrocidades. O desentendimento entre os dois teve início no primeiro semestre de 2024, mas Drake não conseguiu lançar nada tão impactante quanto a canção de seu rival.
Outros acontecimentos
Lembrada no baile, a apoteótica Chappell Roan cantora do hit “Good Luck, Babe!” concorreu e também venceu o seu primeiro Grammy, como Artista Revelação do ano. A cantora performou sua música “Pink Pony Club” momentos antes de receber o prêmio.
Foi também a primeira vez nos últimos dois anos que Taylor Swift e Billie Eilish saíram sem prêmios em todas as categorias indicadas. No twitter, um vídeo de Billie chorando no encerramento do evento, inclusive, chamou atenção dos internautas e fãs que se enfureceram com a decisão da Academia por acharem que a música “Birds of a Feather” e o álbum “Hit Me Hard and Soft” tiveram relevância o suficiente no ano de 2024 para passarem despercebidos.
Lady Gaga e Bruno Mars também saíram vencedores na noite com a música “Die With a Smile” recebendo o prêmio de Melhor Performance Pop Duo. Em seu discurso, Gaga prestou apoio à comunidade trans “Pessoas trans não são invisíveis. Pessoas trans merecem amor. A comunidade queer merece ser valorizada. Música é amor, obrigada”.
Vale ressaltar que o discurso é muito necessário em todo o mundo, mas, principalmente, no Brasil, que, pelo 15º ano consecutivo, foi listado como o país que mais mata trans e travestis, registrando, em 2024, 145 assassinatos. Já está na hora de medidas mais sérias e rigorosas serem propostas para este tipo de problema. Basta!
Baile de Debutantes
Agora, para finalizar as notícias sobre a premiação de música mais famosa em grande estilo, uma coincidência inusitada: Depois de 16 anos do Grammys de 2009 em que o artista Kanye West entregou o prêmio de Melhor Álbum para Taylor Swift, mas discursando publicamente que a merecedora seria Beyoncé com o álbum “I AM…SASHA FIERCE” (o que gerou uma das maiores rivalidades dentro da cultura pop e muito entretenimento para os que acompanharam), Taylor Swift foi a escolhida para anunciar o prêmio de Melhor Álbum Country do Ano.
E quem vocês acham que venceu? Isto mesmo: Beyoncé, por “Cowboy Carter”.
E, pasme: Além da coincidência, horas antes do início da premiação, o polêmico Kanye West dá unfollow em todas as pessoas que segue em seu Instagram e passa a seguir apenas Taylor Swift. Algo que não passaria despercebido, mas que se somou ao ocorrido durante o evento (e também ao fato de a esposa de Kanye, Bianca Censori, ter aparecido ao seu lado na cerimônia quase completamente nua, utilizando apenas um vestido curto, dourado, com 100% de transparência) e tomou maiores proporções. Sim, Judy Geller, é muita informação para se ter em 30 segundos.
Confira aqui o vídeo de Taylor anunciando o prêmio para Beyoncé. Felizmente, nós vamos poupar você das imagens de Bianca ao lado de seu esposo fetichista.