
Dead Souls, faroeste de Alex Cox, adapta o romance homônimo de Nikolai Gogol em uma produção entre Espanha e EUA.
Cox, que também interpreta o vigarista Strindler, mistura humor, política e elementos de estranheza, mas falha em manter a narrativa envolvente.
O filme estreou internacionalmente na 49ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, onde ficou claro que, apesar de sua riqueza visual, a história fragmentada e repetitiva prejudica o resultado final.

A direção de Cox mostra seu carisma e domínio do faroeste, construindo um universo detalhado, tanto na fotografia quanto na sonoridade.
Imagens em grande angular e closes íntimos são funcionalmente precisos, revelando o que o roteiro tenta explorar. Porém, mesmo com essa elegância técnica, a narrativa não flui.
Isso acontece porque raramente o humor do trabalho funciona: personagens tornam-se caricatos à medida que a história avança, e a repetição de conflitos triviais impede que surja qualquer tensão real no arco dos protagonistas. A trama se perde em resoluções fáceis e falta de profundidade dramática.
No fim, Dead Souls é um filme visualmente elegante e cheio de potencial, mas cujo roteiro inconsistente e fragmentado impede que o conjunto se sustente.
É um trabalho que brilha em detalhes, mas tropeça na própria narrativa, deixando a impressão de um projeto mais preocupado com o estilo do que com a substância.
Filme visto na cobertura da 49ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo












