Festival Lumière: cinema para cinéfilos, cinema para todos

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Na sua 17ª edição, o Festival Lumière reafirma seu compromisso com a essência do cinema: ser uma arte coletiva, transformadora e, acima de tudo, acessível / Foto: Clara Ximenes

Talvez o sonho de todo amante da sétima arte seja participar de um grande festival de cinema: acompanhar ao longo de vários dias as estreias mais esperadas da temporada, assistir à entrega de prêmios que marcam o início do calendário cinematográfico e, claro, presenciar de perto tanto grandes nomes da indústria quanto novos talentos prestes a despontar. Festivais como Sundance, Cannes, Berlim e Veneza seguem esse formato tradicional, mas também carregam um certo ar de exclusividade, muitas vezes parecendo restritos ao seleto círculo da elite do cinema.

É justamente por isso que um festival realizado na cidade onde nasceu o próprio cinema se destaca: o Festival Lumière, em Lyon, na França. Com um estilo único, acessível e voltado ao público geral, o evento consegue unir celebração, história e inclusão como poucos.

Foi em Lyon, na região dos Alpes franceses, que os irmãos Auguste e Louis Lumière, cujos sobrenomes, não por acaso, significam “luz” em francês, deram início às experiências que culminaram na invenção do cinematógrafo. Em uma cidade que respira cinema, suas contribuições são celebradas em todos os cantos. Da universidade que leva seu nome (Université Lumière Lyon 2) à estação de metrô Montplaisir Lumière, tudo parece apontar para o mesmo destino: o Instituto e Museu Lumière, instalado na antiga casa dos inventores. É lá que acontece anualmente o festival que homenageia não apenas a origem do cinema, mas também a sua permanência e renovação.

Durante nove dias, Lyon se transforma em um verdadeiro templo da sétima arte. O festival celebra tanto os artistas responsáveis por criar o cinema que amamos quanto os próprios filmes, muitos deles relançados em versões restauradas e exibidos novamente na telona, como merecem ser vistos.

A cada edição, uma grande figura do cinema é escolhida para receber o Prêmio Lumière, reconhecimento por sua contribuição artística. Em 2025, o homenageado é Michael Mann, que sucede nomes como Isabelle Huppert, Wim Wenders e Tim Burton. Sua filmografia será revisitada em sessões especiais espalhadas por toda a cidade. Além disso, outros filmes, clássicos e raridades, são exibidos com a presença de convidados ilustres, como Sean Penn, Natalie Portman e John Woo, entre outros confirmados nesta edição.

Mas o Festival Lumière vai além das sessões de cinema. Ele inclui venda de livros e DVDs, cine-concertos (exibições de filmes mudos com orquestras ao vivo), masterclasses com os artistas convidados e uma atmosfera envolvente que contagia toda a cidade. Diferentemente dos festivais tradicionais, ele se propõe a ser aberto, acessível e acolhedor para todos os públicos.

Um exemplo disso é a acreditação gratuita para jovens com menos de 26 anos e a possibilidade de se inscrever como voluntário, com o benefício de assistir gratuitamente aos filmes do programa. Trata-se de uma iniciativa que busca democratizar o acesso ao cinema, abrindo espaço para que mais pessoas vivenciem essa arte de forma direta, intensa e emocionante.

Na sua 17ª edição, o Festival Lumière reafirma seu compromisso com a essência do cinema: ser uma arte coletiva, transformadora e, acima de tudo, acessível. Um evento que merece mais visibilidade, não apenas por acontecer na cidade onde tudo começou, mas por mostrar que o cinema pode, sim, ser de todos.

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