
O regime democrático brasileiro completa 40 anos, marcando o período mais longo de democracia ininterrupta desde a Proclamação da República em 1889.
A redemocratização teve seu marco em 15 de março de 1985, com a posse de José Sarney na Presidência da República. Sarney assumiu após o falecimento de Tancredo Neves, eleito junto a ele em janeiro de 1985, por voto indireto do Congresso Nacional. Neves, com problemas de saúde, foi internado na véspera da posse, e Sarney assumiu interinamente.
Durante o evento em Brasília, Sarney relembrou a importância da transição democrática, destacando o temor de um retrocesso político e a necessidade de garantir a continuidade do processo.

Ele relatou que, antes de se submeter à cirurgia, Neves assegurou que Sarney tomaria posse e a Constituição seria respeitada. Neves faleceu em 21 de abril, após 39 dias internado, e Sarney assumiu oficialmente a presidência.
Sarney também mencionou a difícil tarefa de garantir uma transição tranquila e a importância de manter as Forças Armadas respeitosas à Constituição, transmitindo as diretrizes de não agir contra a transição, mas com ela. Ele destacou que a transição foi uma conquista do povo e um pacto político importante.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou os 40 anos de democracia, destacando a importância da data como o reencontro do Brasil com a democracia. Lula ressaltou a habilidade de Sarney em governar sob a ameaça dos defensores da ditadura e a contribuição para a Constituição Cidadã de 1988, que mudou a história do país.
Ele também afirmou que, apesar dos desafios, o Brasil avançou para se tornar um país mais democrático e inclusivo, e que é essencial defender a democracia todos os dias.
Cármen Lúcia, presidente do TSE, lembrou em mensagem em vídeo que a democracia é uma construção permanente. Ela destacou que, após mais de 20 anos de regime autoritário, sua geração testemunhou a chegada ao Estado Democrático de Direito, com a posse de Sarney.
Ela também elogiou a inclusão de diversos grupos sociais, como mulheres, na Assembleia Constituinte de 1988, lembrando que ainda há muito a ser feito para garantir igualdade plena na sociedade.