Batman Begins: 20 anos depois, o filme que redefiniu o gênero de super-heróis

Com direção de Christopher Nolan, obra marcou uma geração ao apostar em realismo, densidade temática e uma estética mais sombria
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O personagem título, vivido pelo ganhador do Oscar, Christian Bale / Foto: Divulgação

Batman Begins completa 20 anos em 2025 como um marco definitivo na história do cinema contemporâneo. Dirigido e coescrito por Christopher Nolan, o longa redefiniu a forma como super-heróis são retratados nas telas, trazendo profundidade, seriedade e realismo a um gênero que, até então, ainda buscava ser plenamente aceito pela crítica e pelo grande público adulto.

Antes de sua estreia, filmes como Homem-Aranha (2002), de Sam Raimi, X-Men (2000), de Bryan Singer, e Hulk (2003), de Ang Lee, já haviam pavimentado o caminho para os heróis nas telonas. No entanto, essas produções ainda carregavam o tom fantasioso e o estigma de serem destinadas principalmente a crianças e adolescentes. Batman Begins quebrou essa barreira ao inserir temas como trauma, medo, corrupção e colapso social, elevando o patamar das adaptações de histórias em quadrinhos com uma abordagem mais sóbria e psicológica.

Dito isso, o impacto visual também foi significativo. Com cortes secos, montagem acelerada e um ritmo tenso e frenético, Nolan estabeleceu um estilo que se tornaria referência — e também alvo de diversas tentativas de imitação, muitas delas sem o mesmo sucesso. Embora essa onda de cópias tenha, em certos casos, comprometido o desenvolvimento do gênero de ação, Batman Begins em si permanece como uma obra coesa e original.

A trilha sonora, assinada por Hans Zimmer em parceria com James Newton Howard, contribuiu para a atmosfera opressiva e introspectiva do produto. Apesar de não alcançar a mesma aclamação da música composta para sua sequência, ela foi essencial para moldar a identidade sonora da trilogia.

Ofuscado posteriormente pelo fenômeno O Cavaleiro das Trevas (2008), o primeiro capítulo da trilogia ainda é lembrado como uma obra cult e como um exemplo de que é possível adaptar HQs com profundidade e relevância artística. Não funciona com todos os personagens de quadrinhos, mas com o Batman, pelo menos no início do milênio, sim.

Para muitos fãs, Batman Begins também é memória afetiva. Entre eles, está quem guarda a lembrança vívida da primeira exibição no cinema — como a marcante cena em que o Espantalho, interpretado por Cillian Murphy, leva um choque aplicado por Rachel. Uma sequência que, além de assustadora, simboliza bem o tom macabro do filme que mudou para sempre o cinema de super-heróis.

Confesso ter sentido um certo medinho do personagem e um prazer gigantesco quando ele experimentou do mesmo veneno.

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