Quem tem medo da Seleção Brasileira?

Texto de Lucas Paiva, Mestre em Comunicação e jornalista com experiência em metodologia de pesquisa
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A derrota foi uma mensagem clara: ninguém mais teme a Seleção Brasileira / Foto: Divulgação

Quem tem medo de Virginia Woolf? – a peça de Edward Albee, lançada em 1962, é um retrato cruel da decadência. Um casal se afunda em discussões ferozes, revelando ressentimentos e ilusões que sustentam uma relação já despedaçada. A trama se desenrola como um jogo psicológico, onde a verdade é distorcida até se tornar insuportável.

Pode não parecer, mas após o baile que tomamos nesta terça, 25, para a Seleção Argentina, me fez relacionar com a nossa Seleção Brasileira. Quem ainda tem medo da amarelinha? A Argentina, definitivamente, não. O 4×1 que sofremos foi mais do que um placar elástico: foi um desmascaramento. O Brasil foi exposto como um time sem alma, sem identidade e, o pior de tudo, sem respeito.

Lembremos de outros tempos, quando a camisa amarela, outrora símbolo de futebol arte, dominava adversários, impunha medo e fazia tremer até os mais destemidos. Pelé, Zico, Romário, Ronaldo… nomes que vinham acompanhados de uma certeza: o Brasil sempre entrava em campo favorito. Mas hoje, o que nos resta?

A Seleção é um casal em crise, em crise com a sua torcida, sustentado apenas por lembranças de um passado glorioso. Sem Messi, mas com companheiros que jogavam por música, desfilaram no gramado, enquanto os brasileiros se olhavam, atordoados, como se não acreditassem no que estava acontecendo. A máscara caiu. O autoengano se dissipou.

A derrota foi uma mensagem clara: ninguém mais teme a Seleção Brasileira. E o pior? Talvez nem nós mesmos acreditemos nela. Se antes éramos os predadores, hoje somos a presa. A pergunta agora não é mais “Quem tem medo da Seleção Brasileira?”, mas sim: será que ainda há algo para temer?

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