Com mais de 50 anos de carreira, Ednardo soma 400 composições e uma discografia rica, que inclui álbuns, coletâneas e gravações ao vivo. Sua música transita por diversos estilos, como maracatu, frevo, forró, baião, repente, cordel, rock, bolero e blues. Nada mais apropriado, portanto, que aos 80 anos, ele celebre sua trajetória com o lançamento de sua autobiografia, uma obra que prova sua imensa contribuição à música brasileira.

Nascido em 17 de abril, a figura, ao lado de Fagner, Belchior e Amelinha, tornou-se um dos pilares do movimento “Pessoal do Ceará”. Sua carreira decolou a partir do disco de 1973, “Meu Corpo, Minha Embalagem Todo Gasto na Viagem”, lançado em parceria com Teti e Rodger Rogério. Entre os destaques do álbum, estão as músicas “Ingazeiras”, que reflete o espírito retirante do cearense, e “Terral”, uma ode ao Ceará, com versos marcantes que capturam a paisagem e a essência do Estado.

O disco não apenas consolidou Ednardo no cenário musical, mas também abriu portas para a música cearense no Brasil. Com ele, Ednardo conseguiu levar sua arte para além das dunas do litoral cearense, em um momento de repressão ditatorial e grande competitividade no cenário musical.

O livro

Sua autobiografia, resultado de um trabalho iniciado em parceria com o jornalista Luã Diógenes, será lançada hoje, 17, pela Aura Edições Musicais, no Iate Clube de Fortaleza, marcando também seu aniversário.

Em entrevista exclusiva ao Portal Veredas, Luã compartilhou: “Eu estava fazendo mestrado em Portugal quando ele me ligou. Sempre estudei a música cearense, Ednardo, Belchior, entre outros, e Ednardo sabia disso”.

“Ele me ligou querendo apresentar um livro de poesias, mas ao ler o material, percebi que seria mais interessante criar uma biografia, intercalando com essas palavras que ele havia produzido”, contou.